A (im)possibilidade de voltar: o folclore argentino e o forró
Resumo
Este artigo propõe realizar uma análise discursiva comparativa de corpora formados por letras do folclore argentino e do forró brasileiro compostas nas décadas de 1940 e 1950, observando especificamente como aparece a possibilidade, ou não, do retorno dos protagonistas aos seus lugares de origem, bem como as razões desta distância. A análise se baseia principalmente nos conceitos de topografia (Maingueneau, 1997; 2000), memória discursiva (Pêcheux, 2011; 1999) e polifonia (Ducrot, 1984). O texto discute a relação entre nostalgia e espaço em letras de gêneros musicais de diferentes partes do mundo, considerando como essa associação está ligada a questões socio-históricas. Da mesma forma, são examinadas as idiossincrasias do Brasil e da Argentina, bem como as circunstâncias de estabilização dos campos (Bourdieu, 2003) do folclore e forró argentinos. O artigo conclui que, no caso brasileiro, existe a possibilidade de retorno e a distância é posta como causada pela seca ou por desígnios divinos. No caso argentino, o destino é colocado como a única causa do distanciamento e não existe a possibilidade de retorno.Downloads
Referências
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