A representação de si mesmo nos discursos político-narrativos: de <i>lambda</i> para o <i>ethos</i>

  • Ana Soledad Montero
Palavras-chave: locutor, ethos, lambda, relato, narração

Resumo

Neste trabalho analisamos, desde uma abordagem polifônica e não-referencialista da enunciação (Ducrot 1984), um conjunto de discursos político-narrativos, isto é, micro-histórias em que os enunciadores políticos falam sobre si mesmos no passado recente. Nesses discursos, nos interrogamos sobre a forma como o enunciador se representa a si mesmo em seu relato e pelo vínculo dessa representação com o ethos prévio. Partindo da ideia de que Kirchner projeta um “ethos militante” e Mujica um “ethos de velho sábio”, nos interessa examinar como essas imagens de si mesmos são elaboradas a partir dela auto-representação narrativa. Para isso, nós indagamos possíveis vínculos entre as categorias analíticas de locutor, lambda, ethos dito e ethos prévio (Amossy 2010), e propomos a noção de lambda narrado (λN) para abordar a emergência do sujeito do enunciado nestes relatos. Neste marco, identificamos duas cenografias (Maingueneau 1999) distintivas, a cenografia testemunhal e a memorial, que enquadram e sobredeterminam a constituição da subjetividade nestes discursos políticos. 

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Como Citar
Montero, A. S. (1). A representação de si mesmo nos discursos político-narrativos: de <i>lambda</i> para o <i>ethos</i&gt;. Signo Y seña, (32), 155-173. https://doi.org/10.34096/sys.n32.4115
Seção
Artículos