A harpa, água que cai: metáfora e simbolismo sonoro como estratégias de formação de palavras no léxico de instrumentos musicais em Guarani

  • Estefanía Baranger UBA/CONICET
Palavras-chave: Guarani; etnomusicologia; léxico; contato linguístico; etnolinguística

Resumo

O campo semântico dos instrumentos musicais, diferentemente da nomenclatura etnobotânica e etnozoológica, representa uma área ainda pouco explorada pelos estudos etnolinguísticos. O presente trabalho baseia-se na análise de três lexemas primários; mbaraka, angu’a e mimby, que originalmente no Guarani Mbya designavam instrumentos musicais de origem indígena e, posteriormente, no Guarani Antigo e Guarani Moderno, foram ressemantizados ou incluídos em palavras compostas para designar instrumentos introduzidos pela população de origem europeia. Cada fonte consultada, portanto, representa um grau diferente de contato com a cultura circundante, fator que se reflete nas relações de hiperonímia e hiponímia entre os lexemas primários e suas mais recentes incorporações ou desenvolvimentos. A análise linguística também revela que as estratégias de formação de palavras nesse campo resultam em nomes morfologicamente complexos que encontram a sua motivação em relações de base analógica ou metafórica com outros elementos presentes no mundo, assim como instâncias de simbolismo sonoro, fenômenos geralmente associados à nomenclatura biológica.

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Publicado
2020-08-06
Como Citar
Baranger, E. (2020). A harpa, água que cai: metáfora e simbolismo sonoro como estratégias de formação de palavras no léxico de instrumentos musicais em Guarani. El oído Pensante, 8(2). https://doi.org/10.34096/oidopensante.v8n2.8040