Discutindo três modelos de representação visual de uma canção gravada

  • Errico Pavese

Resumo

Este artigo tem por objetivo promover a discussão entre as perspetivas teóricas e metodológicas sobre análise musical e estudos de música popular, com especial enfoque na relação entre a notação convencional (processos de transcrição) e três formas de representação visual (espectrograma, forma de onda e transcrição em soundbox). As reflexões metodológicas decorrem da aplicação da análise do som usando tecnologias digitais, a três estudos de caso da produção italiana da canzone d’autore. A análise explora a forma especifica como a experimentação e a manipulação acontecem ao nível micro-rimico e da dimensão espacial, em conexão com o desenvolvimento das tecnologias do som e da gravação. A primeira e a terceira parte do artigo estão centradas na instrumentação e nas fontes sonoras em geral e na possibilidade de as retratar graças à representação visual da música para além da partitura: o modo como os instrumentos soam, como se articulam, como aparecem situados na soundbox, incluindo ainda aspetos da experiencia da escuta (como o eco ou a reverberação) que possibilitam a construção do espaço sonoro. A segunda parte examina o modo como, durante as sessões de gravação, as decisões específicas tomadas pelos músicos, engenheiros de som e produtores, têm impacto nas discrepâncias micro-rítmicas. A análise do som e a representação visual de detalhes musicais possibilitam a discussão de alguns aspetos relacionados com a descrição dos grooves e das discrepâncias micro-ritmicas, como forma de distinguir uma obra de outra e de expressar uma identidade distintiva da produção autoral.

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Publicado
2016-08-01
Como Citar
Pavese, E. (2016). Discutindo três modelos de representação visual de uma canção gravada. El oído Pensante, 4(1). Recuperado de http://revistascientificas2.filo.uba.ar/index.php/oidopensante/article/view/7533