Ruído para o Estado: carros de corrida e tortura sonora na economia política do combustível fóssil

  • Jacob Rekedal

Resumo

A subjetividade pode ser forjada e também destruída através de sonoridades opressivas. Em estádios de circuitos de corridas de carros como o NASCAR, é emocionante testemunhar o m ovimento de máquinas poderosas a velocidades de até 290 quilômetros por hora. Combine essa experiência com baixos sobrevoos de aviões de guerra, hinos religiosos e nacionais, uma paisagem sonoro dominada por geradores portáteis, e começa-se a compreender a união entre desporte, nacionalismo e guerra nos Estados Unidos. Baseado em experiência pessoal como espectador de corridas de NASCAR durante um feriado solene dedicado aos mortos em batalha, proponho que ruído, som e música convergem em uma formação ritual que apresenta cumplicidade particular com intervenções militares no Médio Oriente. Enfatizo o contraste entre a construção da subjetividade mediante esporte e cerimônia, e sua destruição pela tortura sonora, aperfeiçoada em prisões militares nos últimos anos. Quanto mais o combustível fóssil é cobiçado, mais é ritualizado o seu uso, em um processo que cultiva a fascinação com ruídos dos motores e explosões. Ironicamente, a música se tornou uma ferramenta de tortura, indicando novos desenvolvimentos na relação entre ruído, música, subjetividade e guerra.

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Publicado
2017-01-01
Como Citar
Rekedal, J. (2017). Ruído para o Estado: carros de corrida e tortura sonora na economia política do combustível fóssil. El oído Pensante, 5(2). Recuperado de http://revistascientificas2.filo.uba.ar/index.php/oidopensante/article/view/7494