Sobre perspectivismo indígena, sonorismo indígena e o posicionamento audível. Abordagens para uma antropologia auditiva simétrica

  • Matthias Lewy

Resumo

A presente contribuição tem como objetivo revelar algumas idéias sobre métodos e teorias em etnomusicologia a partir dos conceitos de Eduardo Viveiros de Castros (EVC) na antropologia cultural. Na primeira parte, o foco estará na “metafísica da predação” de EVC e suas três subdivisões: perspectivismo interespecífico, multinaturalismo e alteridade canibal; com atençãoparticular ao “perspectivismo” e às diferentes formas de recepções críticas e/ou equívocos desse conceito4. Na segunda parte, será demonstrado como a teoria antropológica de EVC, à primeiravista não voltada para as sonoridades, ainda assim serve para a compreensão de fenômenos sonoros ao deduzir campos teóricos e metodológicos específicos como parte de uma antropologia auditiva simétrica. Assim, as comunicações trans-específicas entre humanos e não-humanos serão discutidas ao analisarmos os primeiros dados de EVC sobre as canções xamânicas e de guerraAraweté e, mais tarde, os meus próprios dados sobre canções Pemón e fórmulas mágicas. Esta análise visa revelar como o som, em seu modo formalizado de canção, define a interação entrehumanos e não-humanos por transcender os mundos míticos e não-míticos. Na terceira e última parte, apresentarei como a performance das fórmulas mágicas Pemón contrapõe a idéia deperspectivismo indígena ao propor o conceito de um sonorismo indígena.

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Publicado
2017-01-01
Como Citar
Lewy, M. (2017). Sobre perspectivismo indígena, sonorismo indígena e o posicionamento audível. Abordagens para uma antropologia auditiva simétrica. El oído Pensante, 5(2). Recuperado de http://revistascientificas2.filo.uba.ar/index.php/oidopensante/article/view/7491