Brechas sonoras: resistencias y recreaciones. Desgarrando sistemas político-culturales
Resumen
Este artículo tematiza la promoción de brechas sonoras por parte de grupos subalternizados. Las brechas sonoras son consideradas prácticas de resistencia y de recreación parcial de las condiciones de existencia frente a los procesos de exploración, espoliación y hasta aniquilación a los que históricamente se enfrentan tales grupos. Consideramos que las brechas sonoras desgarran postulados de legitimización identitaria y jerárquica vinculados a sensibilidades y racionalidades que contribuyen, de esta manera, a fisurar la hegemonía de los sistemas político-culturales establecidos en la modernidad. Sugerimos, como hipótesis, que las brechas sonoras proceden mediante una triple operatoria: 1) transitan incesantemente dificultando su capitalización y reificación; 2) se imbrican a lo sensorio y a la corporeidad en la activación de epistemologías particulares; 3) invocan órdenes utópicos de lo social, a través de la interconexión de cosmologías, ancestralidades, etc. Procedemos a una interpretación de las brechas sonoras activadas por pueblos amerindios, africanos y afro-descendientes, en las tierras del Estado de Minas Gerais, en el transcurso de los siglos XVIII y XIX. En términos teóricos, fundamentamos nuestra reflexión principalmente en el trabajo del historiador jesuita Michel de Certeau, que al abordar las sonoridades como el "otro" de la escritura occidental, indicó su potencial en términos de "las artes del hacer" y las "tácticas" de los débiles.Descargas
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