“O feiticeiro não é gente”: considerações para pensar o conjunto multiétnico xinguano a partir da feitiçaria e do parentesco

  • Marina Vanzolini Museu Nacional, UFRJ
Palavras-chave: Alto Xingu, Aweti, Feitiçaria, Xamanismo, Política Ameríndia

Resumo

O artigo propõe uma análise da dinâmica sociopolítica do conjunto multiétnico xinguano, situado na região centro-oeste do Brasil, a partir da lógica revelada pelas práticas de feitiçaria naquele universo. Com base no trabalho de campo realizado com os Aweti, grupo tupi xinguano, procura-se demonstrar que a análise de tal lógica permite a descrição da unidade sociocultural xinguana e dos grupos que a constituem não apenas como productos históricos — o que já foi abordado na etnologia da área — mas também como produtos continuamente históricos, sempre em vias de recriação. O argumento central deste trabalho é que a feitiçaria é o lado obscuro, o efeito indesejado, do proceso de tornar-se parente em que se funda a constituição de uma identidade xinguana. A feitiçaria seria, deste modo, aquilo que faz com que os xinguanos nunca apareçam para si mesmos como perfeitamente xinguanos/humanos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Vanzolini, Museu Nacional, UFRJ
Pos-doctoranda en el PPGAS/Museu Nacional, UFRJ.
Publicado
2013-07-30
Como Citar
Vanzolini, M. (2013). “O feiticeiro não é gente”: considerações para pensar o conjunto multiétnico xinguano a partir da feitiçaria e do parentesco. RUNA, Archivo Para Las Ciencias Del Hombre, 34(2), 215-232. https://doi.org/10.34096/runa.v34i2.644
Seção
Espacio Abierto - Artículos Originales