“O feiticeiro não é gente”: considerações para pensar o conjunto multiétnico xinguano a partir da feitiçaria e do parentesco
Resumo
O artigo propõe uma análise da dinâmica sociopolítica do conjunto multiétnico xinguano, situado na região centro-oeste do Brasil, a partir da lógica revelada pelas práticas de feitiçaria naquele universo. Com base no trabalho de campo realizado com os Aweti, grupo tupi xinguano, procura-se demonstrar que a análise de tal lógica permite a descrição da unidade sociocultural xinguana e dos grupos que a constituem não apenas como productos históricos — o que já foi abordado na etnologia da área — mas também como produtos continuamente históricos, sempre em vias de recriação. O argumento central deste trabalho é que a feitiçaria é o lado obscuro, o efeito indesejado, do proceso de tornar-se parente em que se funda a constituição de uma identidade xinguana. A feitiçaria seria, deste modo, aquilo que faz com que os xinguanos nunca apareçam para si mesmos como perfeitamente xinguanos/humanos.Downloads
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