Fatores que influenciam no uso de motocicletas em viagens pendulares: uma análise comparativa por porte dos municípios brasileiros
"Adonis Carneiro da Silva
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Transportes, Instituto Militar de Engenharia. Rio de Janeiro, Brasil.
João Pedro da Silva Ramos
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Transportes, Instituto Militar de Engenharia. Rio de Janeiro, Brasil.
Orivalde Soares da Silva Junior
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Transportes, Instituto Militar de Engenharia. Rio de Janeiro, Brasil.
Renata Albergaria de Mello Bandeira
Programa de Pós Graduação em Engenharia de Transportes, Instituto Militar de Engenharia. Rio de Janeiro, Brasil.
Recibido: 13/6/2023. Aceptado: 25/8/2023.
Com menores custos de aquisição e com elevada mobilidade no ambiente urbano, a motocicleta se destaca uma opção acessível à população. Apesar das suas vantagens aos usuários, o aumento crescente da frota de motocicletas tem preocupado a sociedade devido ao elevado número de acidentes. Os objetivos deste artigo são identificar na literatura os principais fatores que influenciam na decisão dos usuários para uso da motocicleta para realização de viagens pendulares, realizar uma pesquisa com motociclistas brasileiros e uma análise comparativa dos dados separados pelas seis classes de municípios, por porte populacional. Foram realizadas 446 entrevistas com usuários de motocicleta residentes em municípios de todas as regiões do Brasil. Os resultados evidenciam que os principais fatores do uso da motocicleta são devidos à economia de tempo e proporcionar liberdade, enquanto os fatores negativos são relacionados a falta de educação no trânsito e ocorrência de acidentes com motociclistas.
Palavras-chave: Mobilidade urbana. Transporte por motocicletas. Deslocamentos pendulares. Entrevistas. Acidentes de trânsito.
Due to lower acquisition costs and high mobility in the urban environment, the motorcycle stands out as an accessible option to the population. Despite its advantages, the growing increase in the motorcycle fleet has worried society due to the high number of accidents. The objectives of this paper are to identify in the literature the main factors that influence the decision of users to choose a motorcycle for commuting trips, make a digital survey with Brazilian motorcyclists and a comparative analysis of the data separated by the six classes of municipalities, according to population size. A total of 446 interviews were made with motorcycle users residing in municipalities in all regions of Brazil. The results show that the main factors of motorcycle use are due to saving time and providing freedom, while the negative factors are related to lack of traffic education and the occurrence of accidents with motorcyclists.
Keywords: Urban mobility. Transportation by motorcycles. Commuting. Interviews. Traffic-accidents.
O êxodo rural, associado à falta de planejamento urbano, contribuiu para que urbanização da maioria das cidades dos países em desenvolvimento ocorresse sem o adequado aproveitamento e ocupação territorial, levando a um desequilíbrio espacial (Elhamdouni et al., 2022). Com isso, os padrões de deslocamento são impactados, tornando-se cada vez mais longos, dispendiosos e ineficientes, com níveis de demanda que esgotam a capacidade na maioria das redes de transporte urbano (Wei et al., 2022). Esse cenário gera crescentes problemas de congestionamento de tráfego, lesões e mortes por sinistros, perdas significativas em termos de sustentabilidade e nível de serviços, além de vulnerabilidade energética e impactos ambientais adversos, provocando transformações nas preferências dos usuários (Ma e Koutsopoulos, 2022; Kusalaphiromet al., 2022).
Nesse cenário, o crescimento do número de proprietários de motocicletas tem sido mais forte e mais rápido do que o de automóveis, sendo os países asiáticos e latino-americanos os que apresentam maior percentual de viagens por motocicletas (Chiu, 2022). Entretanto, as motocicletas trazem desafios para as cidades por meio da degradação da segurança de motociclistas e pedestres, da qualidade do espaço público e da poluição local.
Com o aumento do transporte por motocicletas, ocorre a queda da eficiência energética do transporte, aumentando o consumo de energia e as emissões por passageiro (da Silva et al., 2022). O percentual de motocicletas no setor de transporte urbano é responsável por aproximadamente 9% das emissões totais de CO2 no Brasil, que é um dos principais gases causadores do efeito estufa (Carvalho, 2011a). As motocicletas também são responsáveis por percentuais igualmente elevados para poluentes locais, como o monóxido de carbono e os hidrocarbonetos (Carvalho, 2011a e 2011b).
Além disto, esse aumento da taxa de motocicletas influencia o número de acidentes de trânsito, que causam um grande impacto ao setor da saúde, com o atendimento dos feridos e mortos (ABRAMET, 2021). O custo total dos acidentes de trânsito em aglomerados urbanos custou aproximadamente 50 bilhões de reais em 2015, contabilizando os impactos nos serviços de saúde e previdenciários (Carvalho, 2020).
Atualmente, 23,01% da frota nacional é de motocicletas (Frutoso, 2022). Entre 2008 e 2018, a taxa de motorização passou de 6,9 para 12,8 motos/100hab, sendo que o crescimento relativo mais expressivo ocorre nas cidades menores do país e nas periferias das Regiões Metropolitanas (Observatório das Metrópoles, 2019). Logo, essas diferenças regionais e territoriais devem ser consideradas pelos planejadores de transportes na proposta de políticas públicas que incentivem a sustentabilidade nos transportes.
A hipótese deste artigo é que os fatores que influenciam na decisão de uso da motocicleta variam de acordo com o porte populacional dos municípios. O entendimento da opinião dos motociclistas sobre estes fatores é essencial para identificar aqueles que justificam tal crescimento, permitindo que os gestores públicos de municípios de diferentes localidades possam entender as motivações de uso da motocicleta, e assim, aprimorar as políticas públicas que privilegiem o transporte público e o ativo em detrimento do transporte motorizado individual. Apesar da relevância do tema, no Brasil, os estudos sobre motocicletas focam principalmente nos acidentes e suas consequências para o sistema de saúde (Oliveira et al., 2021).
Nesse contexto, este artigo busca apresentar com base na literatura quais são os principais fatores que influenciam na decisão dos usuários para uso da motocicleta para realização de viagens pendulares ,além de realizar uma pesquisa digital com motociclistas brasileiros relacionando os principais fatores identificados e apresentar uma análise comparativa dos dados separados pelas seis classes de municípios, de acordo com o porte populacional.
A motocicleta como modo de transporte
Nguyen et al. (2022) introduzem a motocicleta como um veículo automotor de duas rodas amplamente utilizado ao redor do mundo como transporte. Tal modo auxilia as pessoas em suas atividades diárias pendulares, por exemplo, deslocamento, trabalho, compras e lazer, visitas sociais e outras. Além disso, Vu e Preston (2022) apresentam como ferramenta de trabalho, por ser uma alternativa mais rápida e menos custosa, quando comparada ao automóvel.
Em países em desenvolvimento da Ásia, como Indonésia, Sri Lanka, China, e Índia, as motocicletas desempenham um importante papel nas viagens diárias dos residentes (Chiu, 2022) e (Dias et al., 2022) Na África, o uso de motocicleta é muito disseminado nos ambientes urbanos e rurais, inclusive com um largo uso de serviços de mototáxi (Lenshie et al., 2022). Na Austrália, Rose e Delbosc (2016) destacaram que as viagens de motocicleta são tipicamente baseadas em trabalho, fazer compras ou atividades sociais e recreativas. No continente europeu, os veículos motorizados de duas rodas são populares principalmente nos países quentes do Sul, como Espanha, Itália e Grécia (Marquet e Miralles-Guasch, 2016). Em países mais desenvolvidos do continente americano, como os Estados Unidos e o Canadá, o motivo mais comum para o uso da motocicleta é o turismo e a recreação, havendo uma tendência para motores maiores (Haworth, 2012).
Entretanto, o uso de motocicleta nem sempre está relacionado a situações positivas. O alto crescimento no uso de motocicletas desafia as políticas de modos de transporte sustentáveis (Hagen et al., 2016). À medida que os usuários do transporte público migram para as motocicletas, o modelo financeiro dos sistemas coletivos e de massa é distorcido, aumentando a necessidade de recursos públicos para subsidiar um serviço de transporte público de qualidade (Rodríguez et al., 2015).
Segundo Emami et al. (2022) e Preston (2021), o comportamento da escolha de uma pessoa por um modo de transporte é um processo complexo, a competição da escolha modal está sujeito à influência de diferentes fatores, como as características pessoais, do deslocamento que pretende realizar e da disponibilidade de sistemas de transporte. A investigação dos itens que podem incentivar e desestimular o uso da motocicleta como modo de transporte tem sido foco de alguns estudos (Marquet e Miralles-Guasch, 2016; Rose e Delbosc, 2016; Oliveira et al., 2021). A compreensão clara desses fatores apresenta-se como um pré-requisito fundamental para construir políticas para o gerenciamento da demanda por motocicletas, visando assim estimular a demanda por modos mais sustentáveis, como o transporte público e o transporte ativo (Irawan et al., 2022).
Buscando identificar os fatores que mais influenciam o uso de motocicletas por porte dos municípios, este trabalho se divide em três etapas, de forma a mapear o maior número de variáveis do problema. Na primeira etapa, realiza-se uma revisão da literatura sobre os fatores que influenciam positivamente e negativamente o uso de motocicletas. Na segunda etapa, desenvolve-se uma ferramenta estruturada, utilizando a escala Likert de cinco pontos, adotada como instrumento para realização da pesquisa survey e obtenção de dadoscom usuários de motocicleta residentes em municípios de todas as regiões do Brasil. Na terceira etapa, as 446 entrevistas realizadas no ano de 2020 são analisadas a partir da comparação por porte dos municípios, utilizando o Test T, ANOVA e um teste Post Hoc (LSD).
Seleção de fatores que influenciam o uso de motocicletas
Foi realizada uma revisão bibliográfica com o objetivo de identificar os fatores considerados importantes, na análise do uso de motocicleta em viagens pendulares em espaços urbanos. Foi realizada a busca nas bases de dados Web of Science e Scopus, considerando artigos publicados em periódicos indexados entre os anos de 2000 e 2022. Para a busca, foi utilizada a seguinte expressão: “(motorcycle OR powered-two-wheeler OR motorbike) AND (demand OR commuting OR preference OR travel behavior OR ownership OR mode choice)”.
A busca resultou no levantamento de 256 artigos. Após a leitura completa destes documentos foram selecionadas 28 publicações, que de fato abordam a temática do uso de motocicleta em viagens pendulares e cujos fatores podem ser aplicados neste tipo de avaliação. Após o processo de snowball, que consiste em avaliar as referências citadas nas publicações selecionadas, foram adicionados 13 documentos, resultando em um total de 41 documentos (Coxon, 2002; Wigan, 2002; Hsu et al., 2003; Seraphim, 2003; Leite, 2004; Tamagusko, 2005; Leong et al., 2007; Fernandes e Brito, 2007; Prabnasak e Taylor, 2008; Chang e Wu, 2008; Jamson e Chorlton, 2009; Blackman e Haworth, 2010; Kopp, 2011; Chen e Lai, 2011; Kepaptsoglou et al., 2011; Anastasopoulos et al., 2012; Wen, Chiou e Huang, 2012; Jordehi, Rose e Thompson, 2013; Thompson e Rose, 2013; Santos et al., 2013; Holz et al., 2013; Figueirêdo e Maia, 2013; Gomez-Gelvez e Obando, 2014; Holz, 2014; Rodríguez, Santana e Pardo, 2015; Chang e Lai, 2015; Rose e Delbosc, 2016; Marquet e Miralles-Guasch, 2016; Le e Rinh, 2016; Markovic et al., 2016; Souza e Assumpção, 2016; Xin et al., 2017; CNT, 2017; Cordeiro, Barbosa e Nobrega, 2018; Elsokkary et al., 2019; Torres et al., 2019; Rezende et al., 2019; Fevriera et al., 2020; Oliveira et al., 2021; Irawan et al., 2022).
No contexto brasileiro, diferentes conclusões foram identificadas nas referências pesquisadas. Alguns autores atribuem elevadas taxas de uso da motocicleta aos fatores como a deficiência na oferta de transporte público (Seraphim, 2003; Leite, 2004; Tamagusko, 2005; Figueirêdo e Maia, 2013), a economia de combustível que proporciona (Seraphim, 2003; Leite, 2004; Holz, 2014), a economia de dinheiro em relação às tarifas de transporte público (Leite, 2004; Tamagusko et al., 2005), a agilidade para chegar ao destino, com melhor aproveitamento do tempo (Tamagusko, 2005; Holz, 2014), e a planos vantajosos de aquisição elaborados pelas concessionárias (Seraphim, 2003; Leite, 2004; CNT, 2017; Holz, 2014) combinados com estratégias de marketing elaboradas pelas fabricantes (Leite, 2004; Figueirêdo e Maia, 2013). Destacam-se também fatores como: a versatilidade para realização de atividades (Seraphim, 2003; Figueirêdo e Maia, 2013), conforto (Tamagusko, 2005; Torres et al., 2019), facilidade de encontrar estacionamento em relação a outros modos de transporte (Holz, 2014), evitar congestionamentos (Holz, 2014), prazer (Torres et al., 2019), velocidade alta (Torres et al., 2019), autonomia e a liberdade de ir e vir (Leite, 2004).
Além de fatores que induzem positivamente aos motociclistas a utilizar a motocicleta como modo de transporte nos espaços urbanos, existem também fatores adversos, que inibem sua utilização, influenciando negativamente a demanda. A variação de condições climáticas ao longo dos dias gera incertezas sobre a capacidade da motocicleta em atender sua finalidade em viagens pendulares. Tamagusko et al. (2005) relatam que a chuva aumenta as dificuldades para quem escolhe este modo de transporte, porque, além de provocar aumento do risco de quedas e sinistros de trânsito devido aos obstáculos nas vias de tráfego, os comportamentos dos condutores de veículos e dos pedestres se alteram. Essa última situação também ocorre em casos de temperaturas extremas.
É importante destacar que, além das variações de condições climáticas, a falta de educação no trânsito também se apresenta como adversidade na condução da motocicleta. Para Souza e Assumpção (2016), essa é a principal causa de sinistros de trânsito envolvendo motocicletas no Brasil. As condições do pavimento têm um efeito estatisticamente significativo nos sinistros de trânsito envolvendo motocicletas, segundo Markovic et al. (2016). Por outro lado, Xin et al. (2017) constatam que quanto piores as condições do pavimento, os motociclistas tendem a reduzir a velocidade e ficarem em maior estado de alerta, diminuindo a probabilidade de lesões mais graves. Outro fator que dificulta a condução de motocicleta é a organização das vias e o espaço destinado ao veículo no trânsito (Torres et al., 2019). Estes documentos foram analisados e, com base nos mesmos, foram identificados 16 fatores que influenciam positivamente no uso da motocicleta representados na Tabela 1 e 6 fatores que influenciam negativamente no uso da motocicleta representados na Tabela 2.
Tabela 1. Fatores que Influenciam Positivamente no uso de Motocicleta.
Fonte: elaborados pelos autores (2021).
Frequência |
Coxon(2002) |
Wigan (2002) |
Hsu et al. (2003) |
Seraphim (2003) |
Leite (2004) |
Tamagusko (2005) |
Leong et al. (2007) |
Ministério das Cidades (2007) |
Prabnasak e Taylor (2008) |
Chang e Wu (2008) |
Jamson e Chorlton (2009) |
Blackman e Haworth (2010) |
Anastasopoulos et al. (2012) |
Wen, Chiou e Huang (2012) |
Santos et al. (2013) |
Holz et al. (2013) |
Figueirêdo e Maia (2013) |
Holz (2014) |
Rodríguez, Santana e Pardo (2015) |
Rose e Delbosc (2016) |
Marquet e Miralles-Guasch (2016) |
Elsokkary et al. (2019) |
Torres et al. (2019) |
|
Facilidade de Estacionar |
12 |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
|||||||||||
Economia de Tempo |
11 |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
||||||||||||
Economia de Combustível |
12 |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
|||||||||||
Economia Tarifas de Transporte Público |
7 |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
||||||||||||||||
Custo de Manutenção |
7 |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
||||||||||||||||
Prazer |
7 |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
||||||||||||||||
Preço de Aquisição |
8 |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
|||||||||||||||
Deixar próximos aos locais |
7 |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
X |
||||||||||||||||
Liberdade |
4 |
X |
X |
X |
X |
|||||||||||||||||||
Conforto |
3 |
X |
X |
X |
||||||||||||||||||||
Evitar Congestionamento |
4 |
X |
X |
X |
X |
|||||||||||||||||||
Evitar lotação de transporte público |
4 |
X |
X |
X |
X |
|||||||||||||||||||
Confiabilidade |
3 |
X |
X |
X |
||||||||||||||||||||
Segurança |
1 |
X |
||||||||||||||||||||||
Velocidade |
4 |
X |
X |
X |
X |
|||||||||||||||||||
Sem outra opção |
1 |
X |
Instrumento de pesquisa survey e obtenção de dados
Foi desenvolvido um questionário estruturado, adotado como instrumento para realização da pesquisa. Este questionário foi validado por dois especialistas da área de transportes, acadêmicos com mais de quinze anos de experiência em universidades no país, e com cinco usuários de motocicleta. Também foi realizado um teste piloto para detectar a necessidade de ajustes no instrumento de pesquisa.
Tabela 2. Fatores que Influenciam Negativamente o uso de Motocicleta.
Fonte: elaborado pelos autores (2021).
Frequência |
Jamson e Chorlton (2009) |
Marquet e Miralles-Guasch (2016) |
Markovic (2016) |
Souza e Assumpção (2016) |
Agresti (2017) |
Xin et al. (2017) |
Torres et al. (2019) |
Rezende et al. (2019) |
|
Risco de Sinistro |
3 |
X |
X |
X |
|||||
Falta de Educação no Trânsito |
3 |
X |
X |
X |
|||||
Hierarquia das Vias |
1 |
X |
|||||||
Variação das Condições Climáticas |
2 |
X |
X |
||||||
Condição do Pavimento |
2 |
X |
X |
||||||
Aumento nos Combustíveis |
2 |
X |
X |
O questionário está dividido nas seguintes seções: opinião do entrevistado em relação a fatores que influenciam o uso da motocicleta e fatores que dificultam o uso da motocicleta. Para a avaliação da opinião dos entrevistados sobre cada fator, utilizou-se a escala Likert de cinco pontos a seguir: Concordo Totalmente (5 pontos), Concordo (4 pontos), Indeciso (3 pontos), Discordo (2 pontos) e Discordo Totalmente (1 ponto). É importante destacar que, segundo Storopoli e Vils (2021), o emprego desse tipo de escala para a análise de dados ordinais como se fossem métricos pode levar a erros. Entretanto, essa simplificação é amplamente adotada em Gonçalves e Bandeira (2017) e Rezende et al., (2021), e costuma apresentar boas respostas e contribuições para as investigações, motivo pelo qual foi também adotada nesse trabalho.
O tamanho da amostra para aplicação do questionário foi calculado com base na estimativa da proporção populacional. Adotou-se o grau de confiança de 95%, com erro máximo de 5%, para a população de 34.158.166 pessoas habilitadas a conduzir motocicletas no país (Ministério da Infraestrutura, 2020). Os municípios foram estratificados em 6 grupos, segundo o porte do município baseado no tamanho da população (ANTP, 2016; Brasil, 2012, 2020; CNT, 2017; IBGE, 2020). Com isso, foi calculado que o número de entrevistados deveria ser superior a 385 indivíduos.
A aplicação do questionário foi realizada no segundo semestre de 2020 por entrevistas presenciais e eletrônicas, via e-mail e redes sociais. As entrevistas presenciais ocorreram em locais com concentração de motocicletas, como estacionamentos destinados a esses veículos, nos municípios do Rio de Janeiro (RJ) e Porto Velho (RO). Para as entrevistas eletrônicas, a coleta de dados ocorreu por meio de contato com indivíduos que acompanhavam grupos ou páginas relacionadas a motocicletas. Esses eram direcionados a responder um questionário desenvolvido na plataforma Google Forms, dessa forma foi possível alcançar respondentes de diferentes localidades em todas as regiões do Brasil.
No total, foram recebidas 446 entrevistas, as quais foram alocadas e balanceadas de acordo com o número de habitantes de cada grupo de municípios, classificados pelo porte populacional (IBGE, 2020). A amostra para cada grupo de municípios é detalhada na Tabela 3.
Tabela 3. Alocação das entrevistas com motociclistas.
Fonte: elaborado pelos autores (2021).
Porte do município |
Universo |
Amostra |
|||
Municípios |
População |
% |
População |
% |
|
Até 20 mil |
3.783 |
31.797.750 |
15 |
60 |
13 |
Entre 20 e 100 mil |
1.461 |
57.978.677 |
27 |
111 |
25 |
Entre 100 e 250 mil |
210 |
31.655.070 |
15 |
66 |
15 |
Entre 250 e 500 mil |
67 |
22.802.427 |
11 |
52 |
12 |
Entre 500 mil e 1 milhão |
32 |
21.121.066 |
10 |
60 |
13 |
Mais de 1 milhão |
17 |
46.400.712 |
22 |
97 |
22 |
Total |
5.570 |
211.755.692 |
100 |
446 |
100 |
Do total das 446 entrevistas, 68 são de motociclistas da Região Sul, 174 da Região Sudeste, 41 da Região Centro Oeste, 37 da Região Norte e 126 da Região Nordeste. A Figura 1 apresenta um mapa com os municípios, representados pelos círculos, que tiveram a ocorrência de uma ou mais entrevistas.
Figura 1. Municípios com a ocorrência de entrevistas com motociclistas. Fonte: elaborado pelos autores (2021).
Nesta seção, são analisados os resultados da pesquisa. Os dados coletados foram tabulados, validados e tratados estatisticamente com o auxílio dos softwares Microsoft Excel e SPSS Statistics. Foram realizados os Teste-T e ANOVA. O propósito da utilização desses testes é comparar as médias obtidas em diferentes grupos de portes de municípios. Como os valores obtidos em um dos grupos não dependem dos valores obtidos em outro, considerou-se apropriado usar o Teste-T independente, para variáveis com apenas duas categorias de escolha. De maneira semelhante, para variáveis com três ou mais categorias, o teste ANOVA permitiu a comparação entre médias, permitindo verificar a existência de diferenças estatisticamente significativas entre as respostas dos passageiros de diferentes classes de municípios, validando a hipótese deste trabalho. Optou-se por complementar esse último teste por meio do Teste Post Hoc (LSD) devido a sua maior precisão, uma vez que ele permite a identificação das categorias divergentes.
Estruturação e comparação dos fatores que incentivam uso de motocicletas
Os entrevistados foram consultados sobre o quanto concordavam que os fatores positivos incentivavam na decisão de usar uma motocicleta para se deslocar nas viagens pendulares. Na Tabela 4 são apresentados os principais fatores avaliados pelos respondentes, por porte dos municípios, com destaque aos de maior importância.
Tabela 4. Fatores que incentivam o uso da motocicleta, por porte dos municípios.
Fonte: elaborado pelos autores (2021).
Fator / População (Em milhares) |
<20 |
20-100 |
100-250 |
250-500 |
500-1.000 |
>1.000 |
Facilidade de estacionar |
4,38 |
4,59 |
4,62 |
4,85 |
4,43 |
4,73 |
Economiza tempo |
4,88 |
4,59 |
4,64 |
4,90 |
4,92 |
4,88 |
Evitar a lotação do transporte público |
4,25 |
4,50 |
4,41 |
4,54 |
4,63 |
4,77 |
Baixo custo de manutenção |
4,75 |
4,41 |
4,44 |
4,77 |
4,07 |
4,42 |
Baixo preço para comprar uma moto |
3,25 |
3,59 |
3,41 |
3,77 |
3,35 |
3,69 |
Evitar congestionamentos |
4,63 |
4,59 |
4,52 |
4,62 |
4,78 |
4,73 |
É mais seguro contra roubos, assaltos e furtos |
2,63 |
3,16 |
2,55 |
2,46 |
2,50 |
2,37 |
É mais confiável |
4,00 |
4,00 |
3,27 |
3,54 |
2,93 |
3,35 |
Velocidade é alta |
3,25 |
3,33 |
2,62 |
2,77 |
3,35 |
3,23 |
Economiza no combustível |
4,87 |
4,33 |
4,37 |
4,77 |
4,57 |
4,69 |
Proporciona liberdade |
4,97 |
4,59 |
4,41 |
4,77 |
4,63 |
4,69 |
É prazeroso |
4,97 |
4,67 |
4,44 |
4,77 |
4,70 |
4,65 |
Deixa próximo ao local de destino |
4,50 |
4,41 |
4,00 |
3,85 |
4,22 |
4,46 |
Não tenho outra opção de transporte |
2,50 |
1,84 |
1,89 |
2,08 |
2,22 |
2,46 |
Economiza mais que transporte público |
4,38 |
4,25 |
3,93 |
3,92 |
4,37 |
4,38 |
É mais confortável |
3,38 |
3,33 |
3,38 |
3,00 |
3,35 |
4,04 |
Com base nos dados tabelados, percebe-se que os condutores de municípios pertencentes à categoria “<20” e “20-100” consideram que o maior fator que influencia no uso de motocicletas está relacionado a condição de possibilidade de liberdade na condução e, principalmente, pela condição de ser uma atividade prazerosa. Corroborando com os mesmos resultados observados por Coxon (2022), Wigan (2002), Seraphim (2003), Jamson e Chorlton (2009), Blackman e Haworth (2010), Figueiredo e Maia (2013), Rose e Delbosc (2016), Elsokkary et al. (2019), Marquet e Miralles-Guasch (2016) e Torres et al. (2019) para fatores motivados pelo prazer em dirigir e a sensação de liberdade. Entretanto, para os condutores pertencentes as categorias “100-250”, “250-500”, “500-1.000” e “>1.000” o fator mais relevante é relacionado a economia de tempo, mesmo comportamento observado por Coxon (2002), Hsu et al. (2003), Leong et al. (2007), James e Chorlton (2009), Blackman e Haworth (2010), Figueiredo e Maia (2013), Holz (2014), Rodriguez, Santana e Pardo (2015), Rose e Delbosc (2016), Marquet e Mirrales-Guasch (2016) e Elsokkary et al. (2019). Além disso, percebe-se de maneira unânime entre as categorias de porte dos municípios que o fator “Não tenho outra opção de transporte” foi o que obteve a menor média de avaliações. O qual indica que a condição de transporte público é favorável em todos os municípios avaliados.
Estruturação e comparação dos fatores que dificultam uso de motocicletas
Os entrevistados foram consultados sobre o quanto concordavam que os fatores negativos incentivavam na decisão de usar uma motocicleta para se deslocar pela cidade nas viagens pendulares. Na Tabela 5 são apresentados os principais motivos avaliados pelos respondentes separados pelo porte dos municípios, no qual a maior importância foi grifada.
Tabela 5. Fatores que dificultam por porte dos municípios.
Fonte: elaborado pelos autores (2021).
Fator / População (Em milhares) |
<20 |
20-100 |
100-250 |
250-500 |
500-1.000 |
>1.000 |
Falta de educação no trânsito |
4,25 |
3,75 |
3,82 |
4,00 |
4,00 |
4,09 |
Risco maior de acidentes |
3,75 |
3,75 |
3,90 |
3,92 |
4,37 |
4,03 |
Aumento nos combustíveis |
2,25 |
2,33 |
1,69 |
1,62 |
2,37 |
3,87 |
Condições climáticas (chuva, calor, frio) |
3,38 |
3,16 |
3,31 |
3,08 |
3,57 |
3,78 |
Hierarquia das vias |
2,50 |
2,50 |
2,31 |
2,31 |
2,70 |
3,67 |
Condições do pavimento (asfalto) |
3,13 |
3,08 |
2,79 |
3,00 |
3,00 |
3,63 |
De acordo com os dados tabelados, os fatores que mais dificultam o uso de motocicletas são devido à falta de educação no trânsito e risco maior de acidentes, o que corrobora com os estudos apresentados por Souza e Assumpção (2016), Agresti (2017) e Torres et al. (2019). Esse resultado sugere que, nesse porte de cidade, os condutores de motocicleta se sentem mais inseguros e suscetíveis a sofrerem sinistros no trânsito. As causas podem ser diversas, mas supõe-se que a existência de um alto tráfego de trânsito nestas localidades aliada a uma gestão ineficiente ocasione essa percepção.
O artigo apresentou uma análise da percepção dos usuários de motocicletas sobre os fatores que o influenciam a utilizar esse modo para viagens pendulares em cidades brasileiras de diferentes portes populacionais. Os resultados indicam que fatores como a redução do tempo de viagem, prazer, evitar congestionamentos, facilidade de estacionamento e evitar lotação do transporte público são determinantes para a utilização da motocicleta em viagens pendulares. Os respondentes também apontaram como itens que dificultam o uso da motocicleta são o risco de sinistros, a falta de educação no trânsito e a variação das condições climáticas.
O desafio é implementar uma opção de transporte que apresente um tempo de viagem competitivo com o da motocicleta, além de oferecer confiabilidade e privacidade adequadas. Da mesma forma, esses fatores são também evidenciados por motociclistas de municípios com população entre 20 e 100 mil habitantes. Por outro lado, os usuários de locais entre 100 e 250 mil habitantes levam mais em consideração aspectos como conforto e custo. Quanto aos municípios com população entre 250 e 500 mil habitantes, é nessa faixa que a facilidade de estacionar a motocicleta em relação a outros veículos possui maior peso. Além disso, os baixos custos de aquisição e manutenção, a economia com combustíveis e a liberdade propiciada também se apresentam com influências maiores do que em outras categorias de municípios. Nos lugares com 500 mil a 1 milhão de habitantes, a capacidade da motocicleta de evitar congestionamentos e transitar com velocidade maior que outros modos são os principais aspectos que atraem usuários. Porém, é nessa faixa que os usuários se sentem mais suscetíveis a não usarem o modo por conta do maior risco de sinistros. A realidade das cidades com mais de 1 milhão de habitantes é diferente das demais, o que implica também nos motivos pelos quais pessoas escolhem a motocicleta. A facilidade de estacionar, a economia de tempo são fatores determinantes para a uso da motocicleta. Ademais, o desempenho do transporte público é colocado como outro motivo relevante nessa categoria de município. Condutores desse grupo escolhem a motocicleta para obterem mais conforto, evitarem a lotação e economizarem em relação às tarifas de transporte público.
Vale lembrar que esse estudo possui limitações, pois não foi levado em consideração diferenças entre municípios de mesmo porte. Dentro de um grupo, alguns municípios podem ter topografias diferentes. Outro exemplo é a disposição no espaço geográfico, alguns municípios podem estar isolados, enquanto outros, conurbados com outras cidades.
Recomenda-se para estudos futuros a aplicação da metodologia deste trabalho em outros conjuntos de localidades e regiões, para comparar e fortalecer as proposições. Sugere-se também a análise simultânea dos fatores de acordo com o porte populacional e regiões. Outra possível evolução desta pesquisa é a realização de pesquisas de preferência declarada para avaliar a aceitação dos usuários de motocicletas em migrarem para serviços de transportes públicos, como ônibus, trem, metrô, ou para transportes ativos, como bicicleta e caminhada. Por fim, sugere-se a avaliação dos fatores que influenciam o uso de outros modos de transportes.
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Adonis Carneiro da Silva / adoniscarneiro@gmail.com
Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense (2018) e mestre em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia (2021). Tem experiência nas áreas de Engenharia Civil e de Engenharia de Transportes, com ênfase em planejamento.
João Pedro da Silva Ramos / joao.pedro.engprod@ime.eb.br
Graduado em Engenharia de Produção pelo CEFET/RJ (2019), mestrando Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia (2023). Atualmente atua como Coordenador de Engenharia de Operações e tem experiência na área de Engenharia de Produção, com ênfase em Planejamento, Projeto e Controle de Sistemas de Produção.
Orivalde Soares da Silva Junior / orivalde@ime.eb.br
Graduado em Ciência da Computação pela Escola de Engenharia de Piracicaba (2006), mestrado em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia (2009) e doutorado em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2013) e pós-doutorado (2015-2017) na mesma instituição. Tem experiência na área de Computação e Engenharia de Transportes. Atualmente é Professor Adjunto no Instituto Militar de Engenharia.
Renata Albergaria de Mello Bandeira / re.albergaria@gmail.com
Graduada em Engenharia de Fortificação e Construção pelo Instituto Militar de Engenharia (2002), mestre em Engenharia de Produção com ênfase em Sistemas de Transportes pela e doutora em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006 e 2009). Doutora em Engenharia de Transportes pela COPPE/UFRJ (2018). É professora no Instituto Militar de Engenharia com experiência nas áreas de Logística e Transportes, Planejamento de Transportes e Planejamento de Obras.