Violencia sexualizada en tiempos de guerra: discursos hegemónicos y orden de género
Resumo
A violência sexual durante a guerra tem sido, em tempos recentes, um assunto amplamente tratado pela mídia hegemônica. A maioria das feministas celebra essa visibilidade do tema como se fosse conseqüência do sucesso das especialistas e ativistas feministas, cujo trabalho teria conseguido, finalmente, atrair a atenção para esse sério problema. Contra essa perspectiva, neste artigo argumenta-se que a violência sexual durante a guerra sempre foi visível e conforma um dos topos centrais da propaganda bélica. Porém, o ponto importante não é se esses atos são visíveis, mas sim como eles são apresentados. Os discursos feministas dominantes na Europa, especialmente aqueles que focalizam na violência sexual nas guerras da Iugoslávia, revelam uma continuidade flagrante com discursos anteriores que representam a masculinidade do Outro como uma masculinidade desviada, contrastante com a masculinidade “viril” e protetora do coletivo próprio (nação, grupo étnico). Os discursos feministas sobre a violência sexual na guerra, que reclamam a intervenção militar para proteger os direitos das mulheres, fracassam porque não apontam para o rol das instituições militares como o locus essencial onde a masculinidade hegemônica se constrói. Esses discursos são, portanto, diretamente funcionais às políticas de intervenção e não conseguem se distanciar de um militarismo paternalista.Downloads
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