Antropologia pós-normal

  • Renzo Taddei Universidad Federal de San Pablo
  • Cecilia Hidalgo Universidad de Buenos Aires
Palavras-chave: Antropologia Pós-normal, Ciência pós-normal, Choque ontológico, Conhecimento climático, Encontro etnográfico

Resumo

Este artigo procura problematizar a aceitação tácita de certa(s) realidade(s) física(s) –o que chamaremos de ortodoxia ontológica, ou ontodoxia– pelas ciências sociais em geral, e pela prática etnográfica em particular. O argumento pode ser resumido da seguinte forma: a filosofia da ciência do século XX removeu a física da posição de padrão de referência invisível para a validação ontológica de toda e qualquer indagação epistemológica, científica ou não; duas das implicações lógicas e metodológicas deste fato –e certamente as mais relevantes para as humanidades e as ciências sociais– são o fato de que uma indagação sobre o (ou em um) mundo não deve: 1) assumir as qualidades físicas deste mundo como dadas, e 2) reduzir as dimensões ontológicas do mesmo aos seus aspectos físicos conhecidos. Tais asserções colocam desafios metodológicos à etnografia que ainda não foram tratados devidamente. Afirmamos que uma antropologia pós-normal, no sentido dado à expressão por Silvio Funtowicz e Jerome Ravetz (1991, 1993), permite a referencia e conceituação de situações nas quais o encontro etnográfico ocorre em contextos de choque ontológico real, e onde o marco conceitual que estrutura a perspectiva do etnógrafo não é capaz de permanecer inalterado.

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Biografia do Autor

Renzo Taddei, Universidad Federal de San Pablo
Doctor en Antropología. Universidad Federal de San Pablo. San Pablo, Brasil.
Cecilia Hidalgo, Universidad de Buenos Aires
Doctora en Antropología. Universidad de Buenos Aires. CABA, Argentina
Como Citar
Taddei, R., & Hidalgo, C. (1). Antropologia pós-normal. Cuadernos De antropología Social, (43), 21-32. https://doi.org/10.34096/cas.i43.2994
Seção
Dossier - Artículos Originales